domingo, 28 de maio de 2017

Reconhecendo uma Criança Portadora do Transtorno de Asperger.

De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a Síndrome de Asperger não é mais uma doença oficial, apesar do termo ainda ser convenientemente utilizado; os sintomas da condição estão incluídos no espectro mais brando do Transtorno do Espectro Autista (TEA).[1] Pode ser difícil detectar o TEA ou Síndrome de Asperger em crianças, já que elas podem se apresentar capazes; quando afetadas pela condição, elas conseguem desenvolver bem a linguagem e chegar até um nível médio ou alto de QI. No entanto, muitos conseguem identificar crianças pequenas e posicioná-las na no espectro de alto desempenho apenas observando o comportamento e as interações sociais delas. Ao identificar sintomas relacionadas ao Asperger ou autismo em crianças, entre em contato com um pediatra. Analisando o comportamento social: 1- Examine as interações sociais da criança. Dificuldade em interagir com outras pessoas é um dos aspectos principais do autismo[2]; dessa forma, analisar cuidadosamente a maneira com que ele interage com as outras pessoas pode ser uma boa maneira de reconhecer as manifestações do Asperger ou autismo. Verifique se o pequeno interpreta incorretamente comportamentos sociais simples, como esperar a vez de falar durante uma conversa, já que são situações que podem indicar mais claramente a condição.[3] Caso o jovem apresente dificuldades em se envolver ou manter interações sociais, pode ser que ela tenha Asperger ou autismo. Sair do local enquanto brinca com outra criança ou qualquer outro tipo de comportamento de ruptura também indica problemas. [4] Crianças autistas geralmente preferem brincar sozinhas e até ficam irritadas se outra chega perto para brincar com elas. A interação ocorre, na maioria dos casos, apenas se a autista quiser conversar sobre algo que a interesse ou se precisar de alguma coisa. Alguns sinais possíveis do TEA são: interações sociais desajeitadas, como evitar constantemente contato visual, ter postura corporal incomum e fazer gestos e expressões faciais estranhas. 2- Veja se ele consegue brincar usando a imaginação: Esse tipo de brincadeira é diferente na maioria dos pequenos com Asperger; a criança pode não gostar de brincadeiras sociais ou não entendê-las, preferindo as que possuem um “roteiro”, como imitar um personagem de um filme ou série de TV. Em certos casos, ela pode até gostar de criar mundos fantasiosos, mas é incapaz de conseguir desenvolver um papel social dentro dele. Por exemplo: sua filha organiza os animais de estimação em sociedades, mas não simula interações sociais com eles devido a um possível autismo. Além disso, os autistas podem aparentar que estão em suas próprias “bolhas” e tentarão impor a brincadeira que quiserem sem pensarem nas outras crianças.[6] Certos jovens com Síndrome de Asperger podem seguir as instruções de um amigo próximo ou irmão ao interpretarem personagens, mas não o fazem sozinhos. 3- Veja como elas “analisam” os outros: Crianças pequenas com TEA ou Asperger poderão ter um sentido de emoções em um nível conceitual, mas possivelmente apresentarão dificuldade em analisar e interpretar as sensações de outros indivíduos em interações sociais de verdade, que tendem a ser bem mais aceleradas.[7][8] Os autistas também podem não conseguir entender as limitações sociais, como a necessidade de privacidade. O desprezo pelos sentimentos de outras pessoas pode ser interpretado como insensibilidade, mas é algo além do controle do pequeno. 4- Veja com quem elas escolhem socializar: Crianças com Síndrome de Asperger e TEA têm grande dificuldade em interagir com seus iguais.[9] Se ela parece sempre procurar um adulto para conversar e falar sobre outra criança, há chance de que o espectro autista seja um possível diagnóstico. Crianças muito pequenas podem não ter a oportunidade de escolher alguém com quem interagir, mas é importante criar oportunidades para que elas brinquem com pequenos da mesma idade. Isso permite que você identifique melhor o comportamento social e as escolhas de interação delas.
5- Observe se a criança fala de forma monótona ou idiossincrática: Um dos indícios do autismo é o tom de voz que não se altera ou é monótono (se ela já estiver começando a desenvolver a fala).[10] Em alguns casos, ela pode falar com um tom distorcido ou alto demais. A maneira da criança falar as palavras e o ritmo do discurso podem ser afetados pelo TEA e pela Asperger. O pequeno deve falar sobre vários assuntos para que você confirme que ele mantém o tom de voz ao abordar diferentes contextos. Algumas crianças autistas “cantarolam” ou adotam um tom bem diferente ao falarem. 6- Fique de olho no uso incomum da linguagem: Ainda quando estiver aprendendo a andar, a criança começará a juntar palavras se o desenvolvimento da fala e linguagem estiverem sendo normais. Isso ocorre por volta dos dois anos de idade, incluindo nos pequenos com Síndrome de Asperger.[11] Apesar de o desenvolvimento ser normal ou avançado em autistas bem jovens, o contexto social no qual as palavras são usadas é frequentemente atípico; por exemplo, as palavras podem ser repetidas, mas não entendidas.[12] Às vezes, crianças com Asperger podem verbalizar bastante ao mesmo tempo que mostram dominar a fala, enumerando todos os itens que estão presentes em um cômodo, por exemplo. No entanto, a fala é frequentemente muito formal ou robótica, já que o transtorno faz com que elas apenas relatem fatos sem transmitirem emoções ou pensamentos. 7- Saiba como é a interação com professores ou com funcionários da creche: Os pequenos com autismo geralmente possuem dificuldade em sair da rotina.[13] Uma parte onde a rotina pode ser quebrada é quando a criança interage com professores ou funcionários da creche; dessa forma, é importante, quando tentar identificar autismo em crianças pequenas, verificar o comportamento dela nesse contexto.[14] Ela pode precisar de mais apoio e incentivo que os outros e até ficará ansiosa em excesso sem a orientação de um adulto. Caso não fique perto da criança durante o dia, peça para que um professor ou funcionário da creche atente-se a certos comportamentos, como irritação ao sair da rotina, e que ele relate tudo a você. 8- Examine o comportamento de “perguntas e respostas”: Veja se o pequeno responde às próprias perguntas ou se responde, porém não dá prosseguimento à conversa.[15] Jovens autistas podem fazer perguntas apenas sobre assuntos que sejam do interesse deles. Examinando comportamentos repetitivos e a sensibilidade sensorial: 1- Veja se a criança possui dificuldade em se adaptar a mudanças: Quando incluídas no espectro autista, as crianças não aceitam bem as mudanças e preferem dias e regras bem estruturadas. As regras geralmente não são funcionais ou um pouco arbitrárias, de forma que podem ser quebradas ou alteradas.[16] Ao perceber que a rotina é praticamente a mesma ao interagir com o pequeno, tente mudar um pouco as coisas. Verifique as reações para saber se há possibilidade de ele ser incluído no espectro autista. 2- Verifique se a criança possui interesses especiais: Quando você ou outra pessoa próxima a classificar como uma “enciclopédia ambulante” em relação a um assunto, a chance de ela possuir TEA ou Asperger é grande. O pequeno pode se concentrar muito em um assunto em particular ou discuti-lo intensamente, adquirindo muito conhecimento sobre ele.[17][18] Os interesses dela sobre uma área em particular podem indicar o TEA se forem intensos e focados demais, em especial ao se comparar com jovens da mesma idade. 3- Observe comportamentos motores repetitivos, também conhecidos como "stimming" ou “autoestimulação”: Crianças pequenas com Asperger ou TEA frequentemente possuem comportamentos motores repetitivos, como o hábito de torcer a mão, movimentar os dedos ou fazer movimentos com todo o corpo inteiro.[19] São condutas que geralmente duram muito tempo e que passam a impressão de serem “rituais”, diferente de tiques, que são mais rápidos.[20] O autista os adota para que consiga se acalmar, expresse emoções, concentre-se melhor ou simplesmente se divirta. Uma criança autista ficará irritada se um adulto impedir o caminho dela, como ao passar na frente do pequeno enquanto ele estiver andando em círculos em volta de uma mesa. Faça esse teste e veja a reação do autista. Apesar de ser inofensivo no geral e não precisar de mudanças, certos estímulos, como bater a cabeça ou rasgar o papel de parede são prejudiciais. Eles podem ser redirecionados a estímulos melhores. Crianças com Síndrome de Asperger também poderão demonstrar dificuldade em realizar certas habilidades motoras, como pegar e arremessar uma bola, por exemplo. É comum que ela faça movimentos desastrados e desajeitados. 4- Verifique se há reações sensoriais incomuns: Determine se o jovem apresenta reações estranhas ao tato, à visão, o olfato ou paladar, já que são outros sinais de autismo. Apesar de variarem, as reações sensoriais são mais intensas do que as normais em pequenos com Asperger. Certas crianças autistas não são sensíveis à dor ou não sabem como comunicá-la. Obtendo um diagnóstico e tratamento. 1- Reconheça a necessidade de obter um diagnóstico médico oficial. Mesmo ao reconhecer indícios característicos do TEA na criança, o discernimento qualificado e profissional é indispensável. O médico poderá optar pela recomendação de outros testes para examinar mais a fundo aspectos do desenvolvimento cognitivo do pequeno. 2- Informe ao médico todas as preocupações que possuir: Ao suspeitar que seu filho está demonstrando sinais de autismo, comunique ao médico e leve informações relevantes para ele, como os seguintes comportamentos: [25] Ausência de resposta à interação social com um sorriso ou expressão de felicidade ao atingir seis meses de idade. Com nove meses de idade, não imita expressões, movimentos faciais – como ao ver você colocando a língua para fora – ou sons. Não balbucia ou emite sons com 12 meses de vida. Não faz gestos, como apontar para algo com 14 meses de idade. Ainda não proferiu palavras únicas até os 16 meses ou pares de palavras com 24 meses. Aos 18 meses de idade, não brinca usando a imaginação. Parece estar regredindo em relação à capacidade social ou verbal. 3- Alguns médicos poderão recomendar um especialista: Existem profissionais médicos que se especializam em diagnosticar ou tratar o TEA, como psicólogos infantis, neurologistas pediátricos ou pediatras de desenvolvimento e comportamento. [26] Lembre-se de que não há um único exame médico que possa ser utilizado para diagnosticar o autismo. Mantenha a calma e seja paciente à medida que você e o médico passam pelo processo diagnóstico. 4- Entenda que o autismo dura a vida inteira, mas que o jovem pode receber apoio especializado: Não há uma cura para a condição, mas terapias podem auxiliá-lo a desenvolver habilidades e viver confortavelmente. O objetivo dos tratamentos é maximizar a capacidade de “funcionamento” dele através de mecanismos que o ajudem a lidar com o problema, além de se concentrar em aprender os possíveis desfechos. Algumas opções de tratamento são:[27] Terapias de comportamento e comunicação, onde o objetivo é reduzir comportamentos problemáticos e estilos de comunicação, ou ainda melhorar a capacidade do pequeno nessas áreas, ensinando novas habilidades a ele. Métodos terapia em família, onde a ênfase é ensinar aos pais do autista as diferentes formas de interagir com ele, promovendo seu desenvolvimento social e emocional. Terapias de integração social e dieta sensorial para que o paciente tenha maior tolerância aos estímulos sensoriais e consiga administrar a hiperatividade. Terapias educacionais que sejam altamente estruturadas e voltadas unicamente para o caso em questão, com programas executados por uma equipe de especialistas em comunicar e ensinar jovens com autismo. O uso de medicamentos, como antidepressivos ou antipsicóticos, pode ser levemente eficaz no objetivo de controlar sintomas, como ansiedade e graves problemas comportamentais, respectivamente. Dicas: Não tenha medo do diagnóstico. As pessoas (incluindo profissionais) agem como se o autismo fosse uma catástrofe ou que apenas a terapia 24 horas por dia pode dar à criança a chance de ser feliz novamente. Vá com calma e dê a ela – e a si próprio – um pouco de tempo para desacelerarem o ritmo e se divertirem; ambos ficarão bem e o pequeno não precisa sacrificar a infância para fazer 40 horas de terapia por semana. Fique tranquilo. A maioria dos pais têm muita dificuldade em ver os sinais de deficiência nos próprios filhos. Fique atento aos comentários de amigos ou familiares, em especial se eles realizaram falarem sobre algo relacionado ao comportamento social, o desenvolvimento da linguagem e também momentos constrangedores em público da criança, que podem indicar a presença da Síndrome de Asperger. Meninas com Asperger geralmente apresentam manifestações um pouco diferentes, já que historicamente, a maioria das pesquisas foi concentrada em meninos. O melhor a se fazer é perguntar se o indivíduo que está auxiliando-o possui experiência em cuidar de garotas ao procurar um diagnóstico. Avisos: Algumas terapias usam técnicas nocivas de obediência, em especial a ABA (“Applied Behavior Analysis” - Análise do Comportamento Aplicada). A saúde mental da criança não pode ser prejudicada pela terapia, enquanto as técnicas de obediência podem causar muitos danos emocionais. Além disso, é fundamental ficar de olho em golpes e fraudes; o autismo é utilizado para enganar pessoas desesperadas. Fonte: ↑ http://www.autism.com/news_dsmV ↑ http://psychcentral.com/lib/symptoms-of-aspergers-disorder/ ↑ http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/autism-spectrum-disorder/basics/symptoms/con-20021148

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